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sábado, 31 de agosto de 2013

piri pi

estou a sentir que preciso de desabafar e não há nenhum sítio adequado para isso. as últimas semanas têm barrado o estranho e fazem-me sentir pouco pertencente ao sítio onde estou. não sei se sou eu que já não sei estar e me vejo altamente inclinada a sentir falta do ano e meio que estive, se são as pessoas que já não me sabem abordar, se estou a ter a crise fatal do ser humano de "querer o que não tenho". qualquer uma das opções é válida e eu inclino-me para a primeira. somos o nosso pior inimigo e especialmente no que toca às relações. quero fortemente acreditar que sou eu. que as circunstâncias me deixaram neste estado apático do qual não me consigo desenmerdar. quero acreditar que o dia de amanhã vai ser melhor e que vou sentir alguma coisa para além de indiferença, raiva, tristeza e ressentimento. vejo-me com saudades de vidas que já foram e parecem há tanto tempo. passo pelos sítios e sabem-me a melancolia. detesto isso. ficar agarrada ao que já foi em vez de me preocupar com o que é. ainda no outro dia disse que só nos devemos preocupar com o hoje e agora porque o ontem e o amanhã não existem. para evidenciar mais um clichê, carpe fucking diem. ou não. quero despertar deste estado latente em que me pus. já me disseram que é falta de exercício, demasiado tempo livre, pouca dedicação. e agora? há sempre alguém disposto a mandar a primeira pedra, mas o difícil é fazer.  ter saído do dubai foi a decisão certa. posso não saber bem o que quero mas sei o que não quero. mas há algo que me está a inquietar e esta incerteza de não saber o que é que vou fazer está a corroer as minhas entranhas. isso e o que foi. como dizia a música estou a ficar bem piri pipiri pipiri piri piradinha

quinta-feira, 4 de julho de 2013

sista from another mother

pela primeira vez desde que me fui embora para o dubai, estou sozinha em casa em lisboa. acho que há bastante tempo que não estava aqui sem ninguém, muito menos sem a ana. ontem à noite custou-me imenso e bateu um ataque de saudades de quando vivíamos juntas. foram dos melhores dois anos da minha vida e praticamente não tivemos dias em que não nos divertíssemos, mesmo que por pouco tempo. passou a correr e as memórias que me assombram agora respiram nestas paredes. custa-me pensar numa realidade que já foi há quase dois anos. e agora estou aqui. a limpar a casa sozinha e a olhar para as prateleiras e armários semi vazios a gritarem "onde é que está a ana?". o bom da coisa é que estamos as duas felizes, bem e com sentimento mútuo em relação ao tempo que vivíamos juntas. disse-lhe ontem e digo agora, são alturas que ninguém nos tira e termos partilhado esta casa foi das melhoras coisas que me podia ter acontecido. definitely. 

domingo, 5 de maio de 2013

start spreading the news

à partida quando tomamos alguma grande decisão esperamos certas reacções de determinadas pessoas. verdade, estou sempre a dizer que nunca elevo as minhas expectativas em relação a nada mas também tenho os meus dias expectante. quando comuniquei a minha decisão achei que certas reacções iam ser diferentes. esperava mais, um bocado mais. estou desejosa de contar mas não quero más energias e mau karma só porque há pessoas que não têm bom coração. tem sido uma montanha russa de emoções e todos os dias a minha opinião é diferente. aqueles em que estou assustada são os piores. tenho muito medo de mudanças e novas introduções na vida, o que me deixa sempre de pé atrás. lembro-me de decidir vir para o dubai praticamente sem pensar. e dessa forma quase não temos tempo de nos arrepender. as coisas acontecem sem darmos por elas e senti-mo-nos impotentes perante tanta coragem. como já disse, tenho sorte em ter alguém com muita mais coragem que eu. para além de ter um par de tomates naturalmente, tem-nos subjectivamente. isso incentiva-me a procurar sempre mais e melhor. e também em conversa com a rebeca no outro dia, a falar de boas vibrações e que temos é de nos sentir bem, não podia concordar mais. se não nos sentirmos bem de que é que vale a pena? se não estamos felizes porquê continuar? tudo isto vale a pena porque devemos fazer tudo ao nosso alcance para ser felizes. há quem tenha mais oportunidades, há quem tenha menos. o que interessa é fazer funcionar. fazer resultar. estou a entrar numa fase positiva da minha vida, apesar das mudanças. e quero contar com todos à minha volta para seguir em frente!

quarta-feira, 24 de abril de 2013

(girl)friends will always be (girl) friends

depois de dar uma vista de olhos na minha lista de blogs, um deles tinha este link. achei um texto bem adequado. o inglês não é o melhor, mas é bem perceptível. a autora é casada com o famoso scott schuman, que podem encontrar aqui. fala da amizade e das várias formas que uma verdadeira amizade deve tomar. o meu texto é completamente cópia mas achei engraçado pegar nuns pontos e dar também o meu ponto de vista.

1. com uma boa amiga nunca é preciso ter planos concretos.

verdade! podemos só encontrar-nos sem saber o que vamos fazer. vou aí ter e já decidimos. não é preciso ter grandes planos, grandes saídas, grandes aparatos. é só preciso estar.

2. uma boa amiga não julga mas sabe dizer quando não gosta de alguma coisa, atitude ou material.

podemos apoiar e não gostar, mas dizer que não gostamos. não pressionar, no sentido de fazer sentir mal, mas fazer saber a nossa opinião. saber dizer quando está a exagerar numa situação onde não precisa de exagerar. saber acalmar e fazer rir.

3. uma boa amiga não se atira a um ex, não se atira ao corrente, não rouba amigos. 

ultimamente aconteceu-me muito e, por isso, tenho para mim que não tenho bons amigos aqui. tenho-os em casa. em lagos. em lisboa. um bom amigo aceita-nos e ao nosso namorado. abraça-o mas não o aperta. em relação aos ex's há uma linha ténue. não tenho bem opinião definida.

4. as melhores coisas fazem-se com amigas a quem não temos nada a provar.

e está dito.

5. uma verdadeira amiga sabe admitir-nos quando temos peso a mais, quando estamos bem numa foto, quando uma peça de roupa não nos fica bem, quando exageramos em relação ao nosso namorado.

já fiz todas elas e várias vezes. gosto que me digam se não estou bem e gosto de dizer porque prova que o grau de confiança que temos com uma pessoa é suficientemente confortável para fazer esses comentários.

6. algumas amizades acabam mas não quer dizer que ainda hoje não tenham significado.

aconteceram e fazem parte de nós. não as devemos tentar apagar porque um dia significaram o mundo. devemos tentar apreciar e perceber o que correu mal.

7. problemas que podem acabar com amizades: inveja, dinheiro e/ou distância.

a inveja é uma coisa feia. podemos ter um ciúme saudável de aspirar a ter parecenças com uma amiga - e acontece muito com a proximidade tornar-nos parecidas - mas não uma inveja constante. faz-nos mal e nunca nos sentiremos bem. dinheiro. pagar alguma coisa de vez em quando não faz mal a ninguém. oferecer um jantar sem esperar outro de volta. um convite, uma flor, um postal. não podemos cair no exagero de ser sempre o outro ou só nós. deve existir um certo balanço para não criar frustração numa das partes. a distância estou a experienciar. não é fácil. é bem amarga. mas saber que há coisas que não mudam quando estou com certas pessoas faz, numa perspectiva distorcida, valer a pena. e elas sabem quem são.

8. numa verdadeira amizade não existem silêncios desconfortáveis.

só existem silêncios.

saudades das minhas amigas. penso em vocês todos os dias. todos os dias mesmo.



segunda-feira, 15 de abril de 2013

this sucks

existem várias coisas que uma pessoa deseja fazer na vida. certas metas a atingir. ser realizado a nível profissional, pessoal, ter estabilidade monetária, emocional, tempo para lazer, tempo para diversão, tempo para parvoíce. até tempo para dias maus. como já disse antes não há cá carpe diem para ninguém. os últimos dois foram desses. maus. maus com saudade, com vontade, com tristeza. deram-me umas saudades de casa incríveis e só me apetecia falar com os meus pais. acabei por não o fazer para evitar começar a chorar, mas às vezes custa-me. e o facto de não me identificar com a vida que levo aqui torna estes dias mais insuportáveis. só pensava "eduarda, tens uma viagem daqui a um mês, aproveita e vai. vai mas não voltes". mas isso não funciona assim. as minhas decisões já não podem ser tomadas sozinha e tenho de, sempre, considerar a minha outra metade. apesar de que a criatura também tem destes dias e também pensa em desertar - literalmente. isto para mim é um terceiro mundo disfarçado onde não se passa absolutamente nada. não há nada que enriqueça as pessoas que cá vivem - a não ser o petróleo de abu dhabi, qatar ou arábia saudita. as pessoas não têm substância, vontade - vivem para shoppings e praias e noites e jantares. eu não tenho vida para isso. adoro praia q.b. gosto de sair q.b. gosto de jantar fora mas não tenho dinheiro para gastar assim. ou seja, de que é que me serve viver numa economia forte se também não a posso apreciar? ostentação é a palavra em dia e todos os dias sou levada por uma sensação de que não pertenço a esta mentalidade. nem quero! tenho saudades do meu eu-cultural. de assistir in loco às obras e criações de outros. quero ostentar cultura e não roupas. quero acordar todos os dias e saber que há alguma coisa interessante para fazer. quero ter oportunidade de ir a um café e estar sentada a ler um livro à espera de alguém. não se pode ter tudo, sempre ouvi dizer. which sometimes sucks.

sábado, 30 de março de 2013

dream on, dream on

há duas noites tive um sonho meio estranho. já há muito tempo que não os tinha tão elaborados. sonhei com o meu actual namorado, o meu ex-namorado e duas ou três ex-curtes. não me lembro de todo o enredo do sonho, mas maioritariamente, estava a sair à noite algures numa cidade do norte, suspeito que coimbra, com o manel, a loira, a relva, a nancy, a patrícia e mais umas quantas amigas de lagos. estávamos num bar onde era preciso subir um bom par de escadas para lá chegar. o espaço era largo, com mesas de bilhar, setas, um bocado fumo a mais para o meu gosto. entretanto desço as escadas com o manel, vamos para o carro e ele põe-se a fazer uma corrida com o filipe no seu citroen. as ruas eram todas a subir e lembro-me de ouvir os carros a fazerem imenso barulho do esforço. nenhum ganhou porque tivemos de parar numa curva agressiva. saí do carro e estava, ao que parece em guimarães na altura das praxes. acompanhava-me de uma multidão de pessoas trajadas e eu de vestido às flores. ouvia-se um eco estrondoso de músicas de praxe indefinidas. do nada aparece o fábio. começámos à conversa - e uma conversa familiar que tive com ele há uns dois anos - e de repente voltamos para o mesmo bar, onde sou acordada pelo despertador.


segunda-feira, 18 de março de 2013

questões de religião

ontem tive uma situação um bocado fora do comum. em reunião com um cliente, à espera de um LPO, uma espécie de recibo, começámos a falar sobre religião, morte e crenças. a pessoa em questão tem origens indianas, sexo masculino e viveu praticamente a vida toda em sidney. mudou-se para o dubai nos últimos anos e aqui permanece porque gosta do tempo (crazy people!). já não me lembro a propósito do que é que surgiu a conversa religiosa e afins, mas ele ficou algo chocado por saber que não sou religiosa e ateua. ele perguntou-me se eu sou infeliz, se aquelas conversas me deprimem e, então, porque é que eu não acredito. não sou infeliz por acreditar em factos, mais que em forças ou crenças, deprimem-me um bocado no sentido em que a vida é demasiado efémera e curta. penso nisso um bom pedaço e saber que devemos aproveitar porque this is it, acho que dá um gostinho diferente. para mim qualquer religião é uma forma de sentir conforto em relação à nossa existência. não acho que seja de fracos, nem pouco mais ou menos. acho que é uma opção e serve precisamente para as pessoas acreditarem que têm um propósito, que as coisas não são em vão e que a nossa passagem por cá não é, ou deve ser, um dado adquirido. acredito na ciência e nas crenças da ciência. acredito em fazer coisas boas para receber coisas boas. acredito em não tratar mal os outros. acredito em aproveitar as situações e os momentos - mas nada de carpe diem que isso é exagero. acredito que o carpe diem também precise de um dia só para dizer merda e mandar todo o mundo para o cacete. há dias que não são os nossos e ponto. ele disse-me que acredita que as almas ressuscitam  noutros corpos e que, olhando para os olhos das pessoas conseguimos perceber a idade que têm. não a idade física. acredita que os milionários de hoje são os benfeitores de ontem e que as criancinhas que morrem em áfrica esfomeadas e com sida são os terroristas do passado. a teoria é um bocado fucked up e sinceramente não sei bem o que fazer dela. não acredito em criarmos a nossa própria religião e acabo por ser um bocado extremista nestes casos: ou se é religioso ou não. não há meio caminho para as coisas. quem está a meio termo acaba por ser cínico. gostava de conseguir acreditar em alguma coisa. que o einstein era uma alma já velha, que tinha visto mares e terras e, por isso, era um génio. que o galileo já sabia que era a terra que andava à volta do sol e não o contrário porque se fartou de estudar nas vidas anteriores. mas se é assim, de onde é que nascem as novas almas? de onde é que vieram? estão sempre a ser recicladas? reproduzem-se e produzem alminhas bebés? há sempre gralhas nas crenças e religiões. já é amiga ciência, diz-nos as coisas como são. preto no branco.

terça-feira, 12 de março de 2013

attention!

nós mulheres somos bichos complicados com problemas bem grandes. as nossas expectativas estão sempre associadas ao que vemos nos filmes. esperamos sempre um gesto romântico, uma aparição repentina, uma surpresa agradável. principalmente, que eles mudem. garanto-vos que se desde o início ele está confuso, sem saber o que quer, tem de esperar, acha que não nos merece, nunca vai sair desse patamar. não somos nós que ele quer. ou tem outra fisgada ou simplesmente está a passar o tempo. isto surgiu de uma conversa que tive hoje com a minha colega de trabalho. a senhora andou com um rapaz on and off durante dois anos. ora se comiam ora não. e ele sempre a pedir-lhe para esperar, que ele estava a crescer para a merecer, que ia mudar (...) bla, bla, bla. a probabilidade é quase 100% certa que ele não a quer, que está a deixá-la no limbo para ela ficar às voltas dele porque, sempre que lhe apetece, manda-lhe aquelas balelas para cima e ela volta, na esperança, na expectativa. não sou a maior nem melhor perita, mas sei que, quando eles querem, movem mares e montanhas para estar com a rapariga. fazem mesmo o possível e o impossível. eu já estive dos dois lados: em que andei no limbo e fizeram por mim. no limbo fartei-me rápido porque felizmente consigo cheirar à distância. moverem montanhas e mares resultou porque sem isso não estaria hoje no dubai. fui sincera com a dita senhora e disse-lhe exactamente o que achava. acho que ela não me ouviu e continuou a contar-me a, b e c. mas é assim. só ouvimos o que queremos. isto, garanto-lhe eu!

segunda-feira, 11 de março de 2013

a título de aviso

até que ponto temos de deixar de ser nós próprios, lamber cuzinhos para termos oportunidades na vida? sei que nem sempre é fácil e muitas vezes temos de fazer frete, caretas, mostrar apreciação quando não temos. mas onde é que está a escala que nos diz que estamos a passar para o exagero? que basta? principalmente quando sabemos que a pessoa a quem se está a dar graxa não vale nem metade dela? e não sou a única a aperceber-me disso.

quinta-feira, 7 de março de 2013

banho maria

tenho pensado em começar um blog sobre a vida no dubai. até agora não li nenhum que se assemelhe ao que eu quero fazer. a falar sobre a realidade deste país megalómano. mas não sei se sinto confiança suficiente para escrever em inglês e mais, "publicitá-lo". a ideia está a marinar.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

plim plim só na história da carochinha

porque muito que nos esforcemos as coisas nem sempre resultam. nem sempre conseguimos dar o nosso melhor, tomar a melhor decisão, escolher o melhor caminho ou arriscar na melhor oportunidade. podemos achar que o que estamos a fazer na altura está certo mas realizar, daí a um tempo, que não. que aquilo que estávamos a tentar fazer não era bom. nem para nós nem para os outros. mas na altura algum tipo de escudo invisível actimel não nos deixa enfrentar a, muitas vezes, dura e cruel realidade. daí existirem tantas relações pendentes. e quando digo relações digo em qualquer sentido lato que esse termo possa ter. estou cansada. mentalmente cansada de me esforçar, de achar que tenho uma vida banal, uma profissão frustrante, um namorado demasiado sonhador. serei tão ingénua ao ponto de achar que vou fazer a diferença em alguma coisa? achar que no futuro posso contribuir para alguma causa significativa, com impacto e visibilidade? os últimos tempos dizem-me que sim. por isso, porque não pegar nas minhas coisas e dizer adeus à vida que levo? fazer algo melhor dela? no fim das contas, acho que era isso que eu estava a tentar fazer no dubai. ainda não estou convencida. nada mesmo.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

dúvida (in)existencial

cultura geral. o que é que é ter cultura geral? saber quem é o presidente e todos os primeiros ministros de portugal? saber quem era salazar? conhecer a panóplia de filmes do tarantino? há alguma definição de cultura geral? há quem saiba muito e pouco. depende do assunto? depende da especialização de cada um? quando me falam sobre cultura geral questiono sempre o que é que isso quer dizer na literalidade da palavra. será que eu não tenho cultura geral suficiente? por não saber o nome do ministro das finanças português? mas sei o que é um pantone (?)! 

sábado, 19 de janeiro de 2013

paranóia*

há dias que só me apetece mandar tudo para o catano. desaparecer e deixar-me absorver pelo mundo. isso sim valeria a pena. deixar de pensar em contas ao final do mês, na renda que me deixa louca, na preocupação de fazer e coleccionar constantemente o dinheiro. digam o que me disserem, nada me tira da cabeça que um dia vou fazer isso. e só por mim. quero ser egoísta a esse ponto. quero criar uma vida de experiência surreais e bacanas que me façam olhar para trás e saber que tudo valeu a pena. não quero ter uma agenda cheia de páginas escritas e rabiscadas com os afazeres do dia a dia. quero ter uma agenda preenchida por acontecimentos relevantes e imunes a uma rotina que todos nós temos nas nossas vidas. coisas que me deixem acreditar que o mundo é para ser visto e conhecido e topado e compreendido da melhor forma possível. esquecer os problemas das relações humanas e experimentá-las, vivê-las sem preocupações ou o que quer que seja que nós temos tendência a complicar. vejo tanta gente presa à sua vida e às pessoas que nela estão que me dá pena. pena de não conseguirem avançar, esquecer e perceber que se calhar deveriam procurar pessoas diferentes que as libertem e as ajudem a ver aquilo de que a vida é feita. não é que eu esteja sempre lá, mas passo muitas vezes. e não preciso de estar no dubai para isso acontecer. não podemos ter sempre experiências transcendentes, mas acho que devemos sempre tentar transcender alguma coisa maior que nós. ou então sou só eu em efeito de paranóia.

domingo, 13 de janeiro de 2013

eu sei uma coisa que tu não podes saber

todos nós temos o bichinho da partilha. ontem a ver uma série - e das minhas preferidas - três das personagens tinham um segredo que queriam/não queriam partilhar com os restantes amigos. afinal de contas partilharam e os espectadores deram uma boa gargalhada. ora bem, analisando a situação, todos somos um bocado assim. mais ou menos que os outros, mas somos. gostamos de ser os primeiros a partilhar uma novidade, uma cusquice, uma notícia chocante ou bombástica. quando contamos alguma coisa a alguém temos de ter a noção que essa pessoa vai de certeza contar a outra, que vai contar a outra, que vai contar a outra. eu venho de uma cidade relativamente pequena onde, no tempo que andava por lá, tinha muitos amigos e conhecidos e quando acontecia algum escândalo, era impossível que ele ficasse na penumbra. daí eu ser bastante selectiva com as coisas que conto e a quem, agora. se vejo a forma como as pessoas agem comigo, de me vir contar ou não novidades alheias, faço o mesmo. e não é por ter vergonha. mas porque às vezes se quero contar alguma coisa a determinada pessoa, é porque quero que só ela saiba. eu também sou o mesmo, não ando aqui a enganar ninguém, mas tenho o cuidado - pelo menos mais recentemente - de contar o que me contaram a pessoas que absolutamente nada têm que ver com o assunto que me foi contado. ou seja, alguém que não possa contar a alguém que conheça quem me veio contar, evitando situações desconfortáveis. a pessoa a quem eu conto até pode não conhecer nem saber quem é a que me conta. mas de qualquer forma, há coisas que é preciso desabafar. e por já terem desabafado comigo já dei as maiores e melhores gargalhadas, já chorei, já simpatizei. 

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

isto não é uma queixa.

ultimamente tenho experimentado uma sensação engraçadota que nunca antes me tinha sido real. já tinha ouvido falar dela, comentado, tentado perceber. mas nunca antes me tinha chegado ao core o que poderia realmente ser. quando vivemos longe, criamos uma certa ilusão de que as coisas ficam sempre na mesma no sítio de onde saímos. as pessoas vão sempre ser as mesmas, os lugares guardam as mesmas características e as paisagens não mudam. mas a verdade é que, tudo tem tendência para avançar sem aviso. coisas que antes eram banais, passam a ser aquilo que queremos saber todos os dias. as vidas dos nossos amigos passam a ser histórias de encantar e uma realidade completamente paralela à que estamos a viver. pensar que estamos a perder momentos, oportunidades e situações - apesar de ganharmos outros - em território nosso deixa-nos um tanto ou quanto tristes. depois quando chegamos, achamos sempre que a festa vai ser maior que a que realmente é. as vidas continuam e o facto de estarmos no mesmo país e na mesma cidade não altera nada. apesar dos nossos esforços, não dá para parar o que estão a fazer. não deixo de sentir uma certa nostalgia de pessoas, conversas, sentimentos. pessoas, conversas e sentimentos que ficaram para trás e não sei como os recuperar. isso assusta-me. a mudança assusta-me. o que não quer dizer que seja necessariamente má. 

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

(r)evolution

este canto anda demasiado parado para meu gosto. não sei bem o que vos escrever. hoje também não é bom dia porque foi repleto de abalos sísmicos ao meu trabalho e à minha confiança. as pessoas não querem prestar elogios ao que faço ou pagar adequadamente o esforço que ele implica. há demasiados indianos e filipinos a fazer os trabalhos por um quarto do preço que eu que o faço a um quarto do preço de qualquer agência nos emirados. não deixo de ficar ansiosa e nervosa e implicativa porque também não tenho grande leverage sobre as pessoas e empresas com quem trabalho. ao final do dia também preciso do dinheiro e apesar de saber que dou o meu melhor, também sei que não sou compensada por isso. mas também não estou em posição de reclamar porque em portugal as notícias são pouco ou nada animadoras. toda a gente com quem falo está à procura de trabalho e presos a uma vida que não esperavam. é preciso termos consciência que somos a geração do faço qualquer coisa desde que seja pago. a ideia de um emprego seguro já não existe e para a vida então muito menos. nunca sabemos quem já não é um bem essencial à empresa. a minha mãe está bastante preocupada e cada vez que falamos o assunto é basicamente esse. eu tento arranjar-me para não pedir dinheiro aos meus pais, e cá vou conseguindo. não imagino ter de voltar para casa e batalhar para encontrar seja lá o que for. porque apesar de tudo sei que os freelance não são abraçados como cá.

apanhei-me num dia frustrado, com planos e sonhos rasgados e ideais jogados pela janela fora. queremos sempre mais e melhor para nós mas as oportunidades são demasiado escassas. nem o esforço e suor compensam ou são suficientes para provar o quão bons podemos ser. todos os dias sou relembrada da crise do meu país e todos os dias vejo o meu regresso afastar-se mais. e mais. e mais. 

terça-feira, 25 de setembro de 2012

tudo está bem quando começa bem.

saudades são coisa que já não cabe em mim. tenho de me habituar a viver todos os dias com isto. ora de namorados, ora de amigos, ora dos pais. há 6 anos que vivo com a saudade dentro de mim e ainda não aprendi a abraçá-la. não é recíproco. não gosto da nossa relação. não gosto daquilo que me faz sentir. não gosto daquilo que me faz pensar. como diz o velho cliché, não se pode ter tudo. nunca.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

too much of me gets me nowhere

estou com uma enorme falta de credibilidade em mim, no meu trabalho, no meu desempenho e nas minhas capacidades. não sei se se acentuou por ter sido despedida ou se se tem vindo a agravar por não conseguir controlar os meus devaneios. ou mesmo por acreditar que aquilo que eu penso é verdade ou não foge muito dela. sou remontada para os mais estranhos recantos da minha mente enquanto tento aparentar uma tranquilidade e motivação que não estou, nem perto, de ter. sou boa a lidar com as pessoas mas sou terrível a tomar decisões. acho que isso diz bastante. provavelmente não tenho perfil de líder. apesar de gostar de estar sempre em controlo de tudo o que faço e é feito à minha volta. quando isso me escapa sinto-me perdida e constantemente invadida por pensamentos que podem ser só de agora ou secalhar já vêm há algum tempo. 

enquanto não me decido, deixo-me entre catálogos e embalagens. 

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

a magia das janelas

quando se fecha uma porta abrem-se as janelas. diz-se por ai. ontem em conversa com a minha mãe sobre o recente acontecimento, discutimos claro, e falámos sobre o facto de não sabermos o dia de amanhã. pelos vistos somos mesmo muito parecidas. ficamos ansiosas, impacientes, às vezes em pânico. mas é isso que dá cor a tudo o que se passa na vida. qual é a piada em sabermos como é que o dia de amanhã vai correr, passo a passo. eu sei que parece e deve ser uma atitude muito ingénua, de quem não conhece o mundo ou a forma como as coisas funcionam. há responsabilidades que temos que não podem ser adiadas de forma alguma. mas há algo de entusiasmante em ter projectos aqui e ali, poder fazer os meus horários e até conhecer pessoas novas todos os dias. não vai ser assim para sempre e a minha vida, eventualmente, terá um sentido só, mas gosto deste tempo para descobrir, tentar perceber se é mesmo isto que quero para mim e até, conhecer as minhas capacidades e limitações, crescer, sair da bolha da rotina e apanhar um bocado da imprevisibilidade da vida. é fácil falar e, como alguém me disse ontem, a vida dá muitas e demasiadas voltas, mas não deixa de, todos os dias, me surpreender um bocado. e eu quero surpreender-me. apesar de este ano estar a ser o pior dos últimos anos, não deixo de me querer esforçar e uma das coisas mais importantes para mim é não perder a genica, o click que me faz levantar todos os dias e pensar que hoje o dia vai ser óptimo. ou amanhã que agora já é noite. foi esse click que me fez sair de portugal e procurar um outro lado do mundo e da vida, da minha vida. há alguma coisa que temos a descobrir todos os dias. e devíamos sempre saber o que é que o hoje nos ensinou - já somos íntimos e tudo. tirar nota disso para daqui a dez anos nos lembrarmos da pessoa que fomos, daquela alminha que já cresceu, mais ainda, e fez de si o que queria dez anos antes. esperar para ver. mas não sentada. a andar, pular, correr, a bailar.

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

life in the middle east #15

o médio oriente é cheio de surpresas. todos os dias alguma coisa nos morde o rabiosque. ontem, de manhã, depois de me ter levantado, lavado a cara, vestido o uniforme, maquilhado, tomado o pequeno-almoço e chegado ao trabalho, sentei-me na secretária, comecei a trabalhar e apercebi-me que o ambiente estava bem tenso. uma hora mais tarde fui chamada a uma salinha e fui dispensada, ou como eles gostam de dizer 'let go'. é verdade. depois de ter tido, a semana passada, uma reunião a planear o que se iria fazer no próximo mês fui despedida. e para quem nunca experimentou, é um bocado custoso. senti que me tiraram o tapete debaixo dos pés e me espetaram com uma faca bem fininha nas costas. finalmente aperceberam-se que eu não era necessária ali. verdade seja dita, não me afligiu muito porque não era o melhor trabalho do mundo. mas pagava as contas e dava-me visto. telefonei em pânico ao manel para me ir buscar, limpei o meu computador, arrumei a mala e fui-me embora. cheguei a casa, com cara de burro a fugir e comecei imediatamente a mandar portfolios e à procura de trabalho. passei o dia a deprimir e à noite fui num date ao hard rock e sair com amigas. hoje acordei cheia de genica e entusiasmo. verdade, tomei o trabalho como garantido e a ideia já gravou de que nada na vida é garantido, mas também, tenho uma nova oportunidade de reinventar o que faço e procurar o que realmente gosto. já tive uma entrevista hoje e amanhã outra. sem ser esta última hora ainda não tinha parado hoje. a ideia de não saber o que se passa amanhã tem muito melhor sabor que ter os dias planeados e repetidos all over. sem ser a minha mãe que me fez passar um mau bocado, não me sinto mal com o que se passou. e o rótulo de despedida fica-me mal. hoje quando fui assinar alguns papéis, os meus ex-co-workers olhavam-me com pena e eu sorri. sorri porque há muito que não me sentia assim. no fundo, o que eu estou a tentar dizer é obrigada