domingo, 31 de março de 2013

diz que é páscoa.

em domingo de páscoa, deolinda soa-me a casa, biscoitos sabem-me à minha mãe e as saudades batem demais. e eu nem ligo à páscoa.


big 0 - 2 - 4

quarta-feira passada senti-me velha. depois do trabalho de manhã fui dar um mergulho à praia e apanhar um bocado de vitamina D. cheguei a casa com um trabalho urgente e numa hora e meia fiz 6 cartazes publicitários para um hotel - vamos ter uma reunião hoje e queremos ganhar o cliente. vesti o meu equipamento e sai de casa. apanhei um casal amigo e fomos ter ao parque onde o manel dá as suas aulas de ténis. ainda faltava pouco mais de uma hora para a criança se despachar então aproveitámos e fomos fazer uns cestos. o marcelo é viciado em basket e tinha uma bola. como em qualquer parque no dubai, ao final da tarde, é muito concorrido, começámos a fazer jogos de 3 para 3 com outros bacanos que estavam naquele cesto. e não é que estava cheia de saudades de jogar? ainda fiz uns bons tiros e cortes e farta-mo-nos de divertir. entretanto o manel ia dar um treino no court do burj khalifa - para quem não se lembra, o edifício mais alto do mundo - e o marcelo e a joana nunca lá tinham estado, então vieram também. como existem dois cortes, mete-mo-nos a bater umas bolas com as raquetes a mais do manel. foi tão divertido que me lesionei. quando me sentei no carro começou a dar-me uma dor intensa nas costas do lado esquerdo. cheguei a casa já não me conseguia mexer. no dia seguinte fui ao hospital e disseram-me que tive um espasmo nos músculos das costas. auch. passei o fim de semana praticamente em casa a sofrer por nem me conseguir vestir.

sábado, 30 de março de 2013

dream on, dream on

há duas noites tive um sonho meio estranho. já há muito tempo que não os tinha tão elaborados. sonhei com o meu actual namorado, o meu ex-namorado e duas ou três ex-curtes. não me lembro de todo o enredo do sonho, mas maioritariamente, estava a sair à noite algures numa cidade do norte, suspeito que coimbra, com o manel, a loira, a relva, a nancy, a patrícia e mais umas quantas amigas de lagos. estávamos num bar onde era preciso subir um bom par de escadas para lá chegar. o espaço era largo, com mesas de bilhar, setas, um bocado fumo a mais para o meu gosto. entretanto desço as escadas com o manel, vamos para o carro e ele põe-se a fazer uma corrida com o filipe no seu citroen. as ruas eram todas a subir e lembro-me de ouvir os carros a fazerem imenso barulho do esforço. nenhum ganhou porque tivemos de parar numa curva agressiva. saí do carro e estava, ao que parece em guimarães na altura das praxes. acompanhava-me de uma multidão de pessoas trajadas e eu de vestido às flores. ouvia-se um eco estrondoso de músicas de praxe indefinidas. do nada aparece o fábio. começámos à conversa - e uma conversa familiar que tive com ele há uns dois anos - e de repente voltamos para o mesmo bar, onde sou acordada pelo despertador.


quarta-feira, 27 de março de 2013

terça-feira, 26 de março de 2013

zen state of mind

em conversa com um amigo falámos da minha estadia aqui. ele perguntou-me se eu era feliz, pergunta só antes feita pelo meu pai. disse-lhe que por enquanto sim. até contrário mantenho-me cá mas não quero prolongar demasiado a estadia. ele respondeu-me que o dubai só mesmo para férias e eu "nem isso". só sei que é um sítio de passagem para outro melhor. e ele gostou da minha perspectiva. no fundo, foi a maneira que arranjei de encarar o facto de estar aqui porque, quer queira, quer não, a minha vida é cá. a minha casa, as minhas coisas, o meu trabalho e o meu namorado estão aqui. e só cabe a mim tentar ser feliz nela. claro que isto é a versão idílica. há sempre dois lados de uma moeda. de qualquer forma, o meu melhor amigo está aqui e enquanto assim o for, a minha presença não é desnecessária. 

só meu de aproveitar

ontem tive um dia meio bizarro. começou cedo com o meu trabalho, que acabou às 13h30. em pressa de ainda ver o manel, que supostamente não nos íamos ver até à noite, saí a correr para apanhar o metro e ainda dar um beijinho. depois de almoço sentei-me a olhar para um trabalho que tenho de fazer e nada. pus-me a ver um filme - marley & me - quando o manel voltou porque "estava a chover e os courts estavam molhados". ficámos em modo romance, falei com a minha mãe e fizemos panquecas. depois passamos para o modo loucura e decidimos rapar o cabelo, ao manel. a máquina explodiu nas minhas mãos uma nuca depois. de boné e trapos, fomos ao dubai mall, numa tentativa rápida de remediar a situação e comprar uma máquina nova. demorámos mais que o esperado porque são férias aqui à volta dos emirados e o dubai mall fica inundado de gente. rebentámos com as fichas do quarto portanto tivemos de acabar o serviço na sala. com a casa cheia de cabelos, a mesa fora do sítio, toalhas e secadores espalhados, tomamos banho, demos um beijinho e fomos dormir. fiquei com a sensação de um dia bem partilhado. que estávamos a precisar. que nos faz bem. porque ele me faz bem. e cada vez que olho para aqueles olhinhos azuis me apercebo no quão apaixonada sou. que não é necessariamente bom porque acabamos por ficar loucas. mas sou. irremediavelmente. e não gosto de o partilhar. gosto que ele seja só meu de aproveitar. ele apetece-me e faz-me apetecer todos os dias mais. e alguns menos, mas isso é outra conversa.

terça-feira, 19 de março de 2013

saudades da minha gente

tenho saudades da minha gente. chegando cedo ao trabalho, ponho-me a ver e rever mensagens no facebook que remontam a 2009, quando o criei. constantes frases fofas, posts, pokes e sei lá mais o quê. tenho saudades de estar em portugal e de conviver com os meus amigos. não estar sempre expectante a pensar se se lembram de mim, se ainda gostam de mim. de saber só. de estar lá e saber. de participar nos momentos e fazer parte das memórias. estando longe perde-se a magia do que é realmente ter amigos. tenho amigos aqui mas nunca é a mesma coisa. e quando estou em portugal só me apetece estar com eles e fico com nervoso miúdo na barriga na ansiedade de os ver. acho que eles não sabem disso, mas é verdade. aquela sensação de que os vou abraçar, conversar, contar novidades. é boa. mas nada bate a sensação de liberdade de poder sair de casa e ir ter com a rebeca. telefonar grátis à inês. sair no bairro com a sónia. curtir um passeio com a loira. cozinhar com a ana. ir ao urban com o afonso. apanhar bebedeiras com a susana. passear na praia com a wasanthi. almoçar na croissantaria com a relva. festas nos anjos. ficava aqui o resto da manhã a debitar as saudades que tenho. estar longe é muito difícil e nunca ninguém nos prepara para isto. os meus amigos são casa para mim, conforto, amor, partilha. e não há um dia que passe que não pense em pelo menos um deles.

segunda-feira, 18 de março de 2013

questões de religião

ontem tive uma situação um bocado fora do comum. em reunião com um cliente, à espera de um LPO, uma espécie de recibo, começámos a falar sobre religião, morte e crenças. a pessoa em questão tem origens indianas, sexo masculino e viveu praticamente a vida toda em sidney. mudou-se para o dubai nos últimos anos e aqui permanece porque gosta do tempo (crazy people!). já não me lembro a propósito do que é que surgiu a conversa religiosa e afins, mas ele ficou algo chocado por saber que não sou religiosa e ateua. ele perguntou-me se eu sou infeliz, se aquelas conversas me deprimem e, então, porque é que eu não acredito. não sou infeliz por acreditar em factos, mais que em forças ou crenças, deprimem-me um bocado no sentido em que a vida é demasiado efémera e curta. penso nisso um bom pedaço e saber que devemos aproveitar porque this is it, acho que dá um gostinho diferente. para mim qualquer religião é uma forma de sentir conforto em relação à nossa existência. não acho que seja de fracos, nem pouco mais ou menos. acho que é uma opção e serve precisamente para as pessoas acreditarem que têm um propósito, que as coisas não são em vão e que a nossa passagem por cá não é, ou deve ser, um dado adquirido. acredito na ciência e nas crenças da ciência. acredito em fazer coisas boas para receber coisas boas. acredito em não tratar mal os outros. acredito em aproveitar as situações e os momentos - mas nada de carpe diem que isso é exagero. acredito que o carpe diem também precise de um dia só para dizer merda e mandar todo o mundo para o cacete. há dias que não são os nossos e ponto. ele disse-me que acredita que as almas ressuscitam  noutros corpos e que, olhando para os olhos das pessoas conseguimos perceber a idade que têm. não a idade física. acredita que os milionários de hoje são os benfeitores de ontem e que as criancinhas que morrem em áfrica esfomeadas e com sida são os terroristas do passado. a teoria é um bocado fucked up e sinceramente não sei bem o que fazer dela. não acredito em criarmos a nossa própria religião e acabo por ser um bocado extremista nestes casos: ou se é religioso ou não. não há meio caminho para as coisas. quem está a meio termo acaba por ser cínico. gostava de conseguir acreditar em alguma coisa. que o einstein era uma alma já velha, que tinha visto mares e terras e, por isso, era um génio. que o galileo já sabia que era a terra que andava à volta do sol e não o contrário porque se fartou de estudar nas vidas anteriores. mas se é assim, de onde é que nascem as novas almas? de onde é que vieram? estão sempre a ser recicladas? reproduzem-se e produzem alminhas bebés? há sempre gralhas nas crenças e religiões. já é amiga ciência, diz-nos as coisas como são. preto no branco.

domingo, 17 de março de 2013

presente

ontem foi um dia multi-facetado. 16 de março marcou um "aniversário", um casamento e um re-encontro. fez um ano que me submeti a uma IVG. uma das minhas amigas casou-se. voltei a encontrar um amigo meu de mestrado em pleno dubai.

a IVG não é uma coisa fácil de se lidar, mas é um acontecimento bastante comum nos dias de hoje. foram duas semanas complicadas, inacreditáveis e aterradoras. tive algum apoio, nem sempre o suficiente, senti-me inútil, bastante inútil, e ontem fez um ano que isso aconteceu. o que já se passou entretanto. em conversa sobre isso com o manel começámos a brincar na possibilidade de termos ido para a frente com a situação. com certeza não estaríamos no dubai e as nossas condições iam ser muito diferentes. ao fim e ao cabo, nem gosto de pensar.

uma das minhas grandes amigas casou-se, oficialmente. a definição de casamento está um bocado dissipada nos dias de hoje. muitas pessoas que conheço já vivem com o/a namorado/a, eu inclusive e há quem considere isso um casamento. mas ela foi a primeira pelo registo. a ana mandou-me umas fotos e mal olhei para elas comecei a chorar. tentei enganar-me a dizer que talvez não fosse assim tão mau não estar presente - por falta de dinheiro e oportunidade - mas foi. dava muito para ter lá estado ontem. nem soube bem o que fazer para tentar compensar a minha ausência. acabei por escrever um email, a que dei a designação de carta, a tentar exprimir tudo aquilo que estava a sentir. é difícil pôr por palavras uma coisa que não se explica. saber que dois amigos se estão a juntar, teoricamente para a vida dá um sentido de perspectiva diferente. e ela tem a minha idade. acho que não havia nada que eu pudesse fazer ou dizer. mas neste caso vai ter de contar a intenção porque é tudo aquilo que eu posso dar agora.

o re-encontro com o pedro foi bastante agradável. já não o via há mais de um ano e teve ele de vir ao dubai para nos vermos. foi giro, reconfortante, amigável. é sempre bom partilharmos com amigos aquilo que estamos a viver e eles terem oportunidade de ver que afinal a decisão que tomamos de sair de casa foi a mais certa, por agora. sempre gostei do pedro e sempre soubemos conversar.

terça-feira, 12 de março de 2013

attention!

nós mulheres somos bichos complicados com problemas bem grandes. as nossas expectativas estão sempre associadas ao que vemos nos filmes. esperamos sempre um gesto romântico, uma aparição repentina, uma surpresa agradável. principalmente, que eles mudem. garanto-vos que se desde o início ele está confuso, sem saber o que quer, tem de esperar, acha que não nos merece, nunca vai sair desse patamar. não somos nós que ele quer. ou tem outra fisgada ou simplesmente está a passar o tempo. isto surgiu de uma conversa que tive hoje com a minha colega de trabalho. a senhora andou com um rapaz on and off durante dois anos. ora se comiam ora não. e ele sempre a pedir-lhe para esperar, que ele estava a crescer para a merecer, que ia mudar (...) bla, bla, bla. a probabilidade é quase 100% certa que ele não a quer, que está a deixá-la no limbo para ela ficar às voltas dele porque, sempre que lhe apetece, manda-lhe aquelas balelas para cima e ela volta, na esperança, na expectativa. não sou a maior nem melhor perita, mas sei que, quando eles querem, movem mares e montanhas para estar com a rapariga. fazem mesmo o possível e o impossível. eu já estive dos dois lados: em que andei no limbo e fizeram por mim. no limbo fartei-me rápido porque felizmente consigo cheirar à distância. moverem montanhas e mares resultou porque sem isso não estaria hoje no dubai. fui sincera com a dita senhora e disse-lhe exactamente o que achava. acho que ela não me ouviu e continuou a contar-me a, b e c. mas é assim. só ouvimos o que queremos. isto, garanto-lhe eu!

segunda-feira, 11 de março de 2013

a título de aviso

até que ponto temos de deixar de ser nós próprios, lamber cuzinhos para termos oportunidades na vida? sei que nem sempre é fácil e muitas vezes temos de fazer frete, caretas, mostrar apreciação quando não temos. mas onde é que está a escala que nos diz que estamos a passar para o exagero? que basta? principalmente quando sabemos que a pessoa a quem se está a dar graxa não vale nem metade dela? e não sou a única a aperceber-me disso.

domingo, 10 de março de 2013

tire uma senha

esta última semana foi bastante engraçada. tive de visita um grande amigo que não via há mais de um ano. teve duas semanas de férias e a primeira passou-a comigo. posso dizer-vos que é bastante complicado gerir a minha vida quando está cá alguém a visitar. entre vir trabalhar de manhã e trabalhar à tarde acabo sempre por ficar podre de cansada. não deu para fazermos tudo mas acho que o mais importante era estarmos juntos e aproveitarmos a companhia um do outro. visitámos, fizemos praia, jacuzzi, fins de tarde na piscina, ginásio, noite, almoços e jantares. deu para praticamente tudo! o ano passado praticamente não tivemos visitas e este ano é oficialmente o ano delas. já veio o meu pai, o gonçalo, o pedro, para a semana vem outro pedro e em abril está prevista a mary! tenho de aproveitar as próximas semanas para me organizar, trabalhar bem, descansar que no final de março começa outra vez o volta volta. a sofia também vai ter visitas e já requisitou a minha companhia para algumas das actividades. vamos ver para que é que o tempo e o dinheiro dão. para mim o pior nem é a gestão do tempo mas os gastos. eu e o manel não ganhamos o suficiente para todos os meses ter cá alguém — infelizmente. mas olha, vamo-nos aguentando. agora é aproveitar os momentos a dois, cada vez mais escassos, que vamos tendo. à medida que este ano tem passado (nem acredito que já vamos em março) temos tido menos e menos tempo de qualidade. sim, dormimos juntos, mas quando dormimos não há interacção. aprender a, também, gerir esta lista de actividades não se tem mostrado fácil.

venha a próxima. também estou à vossa espera :)

quinta-feira, 7 de março de 2013

banho maria

tenho pensado em começar um blog sobre a vida no dubai. até agora não li nenhum que se assemelhe ao que eu quero fazer. a falar sobre a realidade deste país megalómano. mas não sei se sinto confiança suficiente para escrever em inglês e mais, "publicitá-lo". a ideia está a marinar.

segunda-feira, 4 de março de 2013

life in the middle east #20

este estaminé/diário está com posts muito pouco frequentes. não é por falta de histórias para contar mas tempo e vontade.
às vezes começo a escrever e deixo em rascunho. outras olho para o espaço em branco e não sei bem como escrever. portanto deixo-vos com uma colectânea de fotografias que tiro com o meu iPhone nos vários passeios pelo dubai — e também para celebrar o vigésimo post do life in the middle east.



01. hamburguer no 123º andar do edifício mais alto do mundo — burj khalifa



02. vista panorâmica — burj khalifa




03. padrões de edifícios na parte "antiga" do dubai — old dubai




04. naprons na souq — old dubai




05. hotel de 7 estrelas — burj al arab

domingo, 3 de março de 2013

porquêêê?

como é que se diz a uma pessoa que já não queremos trabalhar com ela? que não está a resultar? que estou a sair prejudicada numa situação em que praticamente só tenho a perder? duas semanas e não há faísca. não estou a sentir. não dá e não funciona. e voltamos à conversa do outro dia. enfim.

sábado, 2 de março de 2013

trabalha eduarda

esta última semana foi um misto de vontades e não-vontades. segunda foi um dia em cheio. viagem a abu dhabi para uma reunião de manhã e tarde de trabalho/lazer com dois amigos, um de visita de portugal em trabalho. à noite comecei a sentir síntomas de gripe. enfiei logo no bucho um cêgripe a ver se no dia seguinte acordava melhor. acordei pior. sentia-me fraca e sem vontade de estar a olhar para um computador que me secava os olhos. terça ainda fui trabalhar a muito custo e passei pela feira de comida no world trade center. paguei 50€ para conseguir usufruir só um dia. quarta não me aguentei e tive de pedir para não ir ao office mas entre um olho aberto e outro fechado tentei continuar a trabalhar. a tarde foi passada em casa. quinta mais do mesmo e saí com esforço para um jantar de amigos. agasalhada e coberta cheguei a casa por volta da uma pronta para a cama. ontem tive uma reunião aqui perto de casa e foi a única altura que me permiti sair do conforto do meu pijama para logo voltar. trabalho foi pouco, o que prejudicou a semana freelance e esta semana com o kim a ficar cá em casa o tempo vai ter de ser bastante bem gerido. a sorte é que a boss vai estar fora, no trabalho as coisas vão estar mais calmas e vou ter mais tempo para dedicar, lá, ao freelance. vamos fazer figas para que isso resulte e possa passar as tardes em modo turista, mais uma vez. a piada de tudo é que não vejo o kim há coisa de ano e meio e agora vamos encontrar-nos no dubai. soube ontem que é a primeira vez que ele vai sair da europa. imaginava lá ele que ia ser por causa da pita.