segunda-feira, 1 de outubro de 2012

(r)evolution

este canto anda demasiado parado para meu gosto. não sei bem o que vos escrever. hoje também não é bom dia porque foi repleto de abalos sísmicos ao meu trabalho e à minha confiança. as pessoas não querem prestar elogios ao que faço ou pagar adequadamente o esforço que ele implica. há demasiados indianos e filipinos a fazer os trabalhos por um quarto do preço que eu que o faço a um quarto do preço de qualquer agência nos emirados. não deixo de ficar ansiosa e nervosa e implicativa porque também não tenho grande leverage sobre as pessoas e empresas com quem trabalho. ao final do dia também preciso do dinheiro e apesar de saber que dou o meu melhor, também sei que não sou compensada por isso. mas também não estou em posição de reclamar porque em portugal as notícias são pouco ou nada animadoras. toda a gente com quem falo está à procura de trabalho e presos a uma vida que não esperavam. é preciso termos consciência que somos a geração do faço qualquer coisa desde que seja pago. a ideia de um emprego seguro já não existe e para a vida então muito menos. nunca sabemos quem já não é um bem essencial à empresa. a minha mãe está bastante preocupada e cada vez que falamos o assunto é basicamente esse. eu tento arranjar-me para não pedir dinheiro aos meus pais, e cá vou conseguindo. não imagino ter de voltar para casa e batalhar para encontrar seja lá o que for. porque apesar de tudo sei que os freelance não são abraçados como cá.

apanhei-me num dia frustrado, com planos e sonhos rasgados e ideais jogados pela janela fora. queremos sempre mais e melhor para nós mas as oportunidades são demasiado escassas. nem o esforço e suor compensam ou são suficientes para provar o quão bons podemos ser. todos os dias sou relembrada da crise do meu país e todos os dias vejo o meu regresso afastar-se mais. e mais. e mais. 

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