quinta-feira, 29 de maio de 2014

quanto tempo.

para quem trabalha no ramo criativo (e não só) a inspiração é um amigo que está de passagem. ora dorme no sofá, ora dorme no chão, ora vai ali a barcelona e já volta. não é como um par de sapatos que nos pode acompanhar sempre que quisermos e para onde quisermos. desde que comecei a trabalhar, num pequeno part-time na empresa de uma amiga, tenho tido óptimos dias, óptimas referências e óptimos resultados. ontem e hoje não foram dias particularmente inspirados e sinto que algo em mim desvanece quando não estou num dia creativo-inspirativo. nem sempre é fácil e para ajudar temos os milhares - se não milhões - de sites com imagens e afins em auxílio de quem está num dia não. falta uma hora para me ir embora e nem escrever consigo. prova disso é este texto já ter sido redigido três vezes. folgo saber que ainda me resta uma partícula de cabimento que me ajuda a saber que o texto está uma merda. é isso e o tempo.

dia x

bem. o vigésimo primeiro dia da detox chegou e chegou tarde e aldrabado. tenho de ser sincera e admitir que, apesar de continuar a dispensar alguns alimentos, outros re-introduzi na minha dieta. quero voltar aos alimentos de baixas calorias e alto teor de fibra. é mais difícil do que parece e requer uma disciplina no que toca a supermercados e mercados. a minha disponibilidade não é a maior e ao mesmo tempo que tento organizar a minha vida tento encaixar esses novos hábitos. pelo menos ao mercado do campo pequeno ao sábado tenho ido. mantido a vida free de farinha de trigo e ovos também. ananás, maçãs e cerejas é muito mais fácil porque nem tudo contém estes ingredientes. posso dizer que nos últimos dias já tenho sentido mais cansaço do que nos dias que me dediquei sempre a criar pratos com o que tinha disponível. de qualquer forma, alface, beterrabas, pepinos, cenouras, bróculos, laranjas e limões são coisas que há um mês não faltam lá em casa. outro desafio é conciliar os jantares em casa de amigos e mesmo lá em casa. é chato estar a impor condições quando somos convidados e isso cria algum desconforto para mim. de qualquer forma o balanço é positivo e a motivação está a meio-gás.

sexta-feira, 23 de maio de 2014

black is the new now.

lembro-me desde muito cedo que a minha profissão de sonho era ser professora de português. adorava a língua, as aulas, as composições, os livros. nunca quis outra coisa até ao 9º ano, quando me decidi por medicina. uma grande parte dos meus esforços foi nesse sentido. fartava-me de estudar, fazer trabalhos, pesquisar, ler. no 10º ano escolhi ciências e os três anos seguintes foram uma luta constante com aquilo que eu achava que queria fazer e aquilo que realmente estava a acontecer. foram três anos da minha vida que passei frustrada por não estar a atingir os objectivos a que me tinha proposto. no início do 12º ano começou a procura de uma universidade no estrangeiro para me candidatar a medicina. fiz uma série de exames de inglês, concorri e as respostas iam chegando ao longo dos meses. a minha ansiedade era palpável e acho que naquelas alturas, vivemos mais a pensar no futuro que a aproveitar o presente. foram anos complicados que me ensinaram que, afinal a vida nem sempre corre como queremos, achamos ou planeamos. não, corre como tem de correr. quase no final do ano recebi uma resposta positiva de uma das melhores universidades do reino unido, mas propunha condições que eu não me achei capaz de enfrentar. talvez tenha sido medo. isso obrigou-me a enredar por outra área e hoje sou feliz por ter seguido aquilo por que sempre tive uma queda sem perceber. quando damos ou somos obrigados a dar certos passos na nossa vida, somos também obrigados a tomar decisões que nos vão acompanhar para sempre. tenho vindo a aprender que apesar de serem decisões arbitrárias, mudam o curso e a forma como fazemos as coisas. não quero pender sobre os "e se"s da minha vida porque esses nunca me vão adiantar. os objectivos, as pessoas, as vidas mudam e reside em nós a capacidade de enfrentar as situações quando elas chegam e não "se" chegarem ou chegaram. se não aproveitarmos agora vamos aproveitar amanhã?

quinta-feira, 22 de maio de 2014

dia 15 e 16

nos últimos dois dias não tenho comido muito. terça foi um dia meio parvo, especialmente por causa do tempo e ontem foi um dia diferente. de manhã tive aula e fiz umas papas de aveia com três colheres de chá de açucar branco e um toque de canela. nem vos digo a que me soube aquele pequeno-almoço. depois da aula fui para casa e para o almoço fiz uma salada com alface, beterraba, cenoura ralada e pus umas almôndegas suecas no forno. para acompanhar bebi água. logo a seguir foi o meu primeiro dia de trabalho - freelance - e durante a tarde não comi nem bebi nada, ERRO. cheguei a casa e comi o que restou das papas, atenção, sempre feitas com água em vez de leite, e fiquei sem fome para jantar. fui ao cinema e quando cheguei a casa bebi um copo de água. devo dizer que esta semana estou cheia de vontade de emborcar uns chocolates mas por enquanto a minha vontade ainda não se sobrepôs. continuo bem firme e a única indiscrição esta semana foram duas mãos cheias de pipocas ontem. hoje não há permissões. 

terça-feira, 20 de maio de 2014

dia 14

ontem a dieta continuou a meio gás - e já não estou satisfeita com isso. de manhã, antes da aula, comi um iogurte grego com uma colher de sopa de granola. quando cheguei a casa, o manel estava a fazer o almoço, hamburgueres de frango com massa de farinha de milho e bróculos cozidos. acompanhei com um copo de água. ao lanche comi uma mão cheia de amêndoas. ao jantar fui com o manel e os meus pais a um restaurante em alvalade e comemos um dos melhores polvos à lagareiro que já comi. não abusei em nada, comi o polvo com batatas a murro e bebi um copo de vinho branco.

segunda-feira, 19 de maio de 2014

dia 13

ora, domingo, dia treuze aproveitei para esbanjar mais um bocado nas calorias. acordei tarde por isso comi só meia torrada de pão de espelta. almocei em casa dos pais do manel uma corvina no forno com batatinhas, cebolinhas e uma salada de tomate e mozarella. acompanhei de um sumo de laranja feito na bimby. estava óptimo. lanchei um iogurte grego com uma colher de sopa de granola e jantei uma grande pizza com cogumelos e cebola - tinha fiambre mas a maior parte foi para o kiko. para ser sincera, fiquei a sentir-me um bocado mal disposta com a pizza. não sei se foi dos ingredientes ou de ser muito grande e a minha gulodice me ter levado pela melhor - comi-a toda! hoje recomeçamos, definitivamente, para continuar e sem excepções aos fins de semana. 

com um pé em junho.

maio está a passar num ápice. quando der por mim estou a ir na minha viagem de duas semanas e logo, logo a embarcar para ir para nova iorque. parece ser um assunto recorrente e praticamente não o consigo evitar quando falo com outras pessoas. sim, estou quase a ir embora, sim estou a sentir-me ansiosa, sim, não quero falar sobre o assunto. não suporto a ideia de que é isso que me define neste momento. vivo independentemente disso e tenho mais conversas para ter. não quero discutir como vai ser quando chegar, onde vou viver, o que vou fazer, como é com trabalho. não sei! não sei mesmo. quero aproveitar enquanto ainda estou em portugal e não ser fatalista ao ponto de estar com as pessoas porque me vou embora. quero estar com elas in spite of that. não é fácil evitar as perguntas e as curiosidades, mas deveria ser fácil encará-las. no fundo, elas relatam uma realidade que eu quero adiar até ao dia de me ir embora. depois, logo se vê.