segunda-feira, 25 de abril de 2011

há domingos e domingos #2

quando estou triste tenho tendência de não dizer nada a ninguém até me perguntarem. não gosto de ser queixinhas. mas nestes últimos dias, em lagos, tenho-me sentido triste. algo. não completamente. mas estou desejosa de voltar a lisboa e a tudo o que lá deixei nestes quatro dias. parece-me já demasiado tempo para estar longe de casa. parecem-me mais naturais as coisas lá. e para além disso não levo com críticas constantes e aborrecidas que nem me parecem ser verdade. esta realidade já não se adequa à pessoa em que me tornei. não estou numa de ser snob e dizer que não gosto da minha cidade, mas já não sinto grande ligação ao que antes cá me prendia. aliás, já nada me prende. tudo o que preciso tenho perfeitamente bem em lisboa. acabo por me sentir mais sozinha cá, rodeada de certas pessoas que lá, quando estou realmente sozinha. cá as coisas tomam outras proporções, quase desgraçadas, que me relembram um bocado o ano passado antes de ficar comprometida. e, acho que já disse várias vezes, não gosto do meu eu solteiro. sinto que a realidade fica destorcida, que quero fazer tudo e acabo por não fazer nada. por outro lado, foi esse tudo que me levou à minha situação hoje que, apesar de tremida, serve-me perfeitamente.

o meu romance não é feito de contos de fadas nem de felizes para sempre porque, realmente, as coisas não se sabem, queremos sempre fantasiá-las, embelezá-las. não digo mais que o que acontece, mas espero sempre mais. admito que o início foi sem expectativas. não queria acreditar que aquilo ia ser algo que afinal se tornou porque não queria sair magoada. e a enganada fui eu que já lá vão uns belos meses, daqui a pouco um ano e ainda aqui estamos. agrada-me! parece que passou num instante, sem dar por ele e, apesar de tudo, estou a preparar-me para um próximo passo, para assumir que as coisas são o que são e realçar os sentimentos que para mim já existem. não sei como o fazer porque não sou dada a paneleirices, mas eventualmente saberei. o momento ideal pareceu-me numa despedida no aeroporto, mas não haveria tempo para digerir as coisas como são. portanto, retraí-me.

entretanto, estou a ouvir música, deitada na minha cama, a pensar que amanhã já vou estar em casa. right where I belong.

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