segunda-feira, 12 de maio de 2014

dia três

hoje acordei já eram dez e meia e tinha combinado ir almoçar com uma amiga. por escolha dela fomos a um vegetariano na avenida da igreja. bebi um sumo de cenoura e laranja, comi um prato com várias saladas, seitan, um molho de caril (que não me souberam dizer de que era feito) e arroz integral. não senti que tivesse feito nenhuma transgressão só tive pena de não me dizerem de que era feito o molho. à tarde lanchei duas tostas integrais, bebi bastante água e fiz uma caminhada de uma hora e meia. à noite fiz salmão no forno com azeite, salada de alface, pepino e grão. não fui ao ginásio mas compensei com a caminhada.

dia dois

quarta-feira comecei o dia com um iogurte, uma colher de chá de mel e um pêssego. adoro pêssegos nesta altura, sabem a verão. fui para a aula e logo a seguir para o ginásio. entretanto comi uma banana e bebi 0.5l de água. depois de me despachar do ginásio fui para casa e almocei o resto da salada de atum da noite anterior. durante a tarde comi uma mão cheia de amêndoas e continuei a beber água. à noite fui jantar a casa de um amigo e confeccionei esparguete sem farinha de trigo com legumes salteados em azeite. para sobremesa comi morangos. dois dias sem quebrar a dieta e a única coisa que não fiz foi dar o passeio na quinta das conchas.

quarta-feira, 7 de maio de 2014

dia um

comecei ontem o meu primeiro dia detox. na noite anterior conversei com o manel sobre isso e a vontade dele foi, também, de acompanhar-me no processo. para contextualizar, ele costumava ser profissional de ténis e a vida resumia-se a treinar, no mínimo, oito horas por dia. o descanso era só a dormir e a comida tinha de ser controlada ou a tender para o saudável. com o passar do tempo e desde que deixou de jogar, experimentou uma diferença na forma como se sentia e, daí a decisão.

comecei o dia a comer um iogurte com uma mão cheia de granola. um bocado pesado mas soube bem. fui dar um passeio de meia hora na quinta das conchas e logo de seguida fazer uma aula de rpm. depois de um compromisso à hora de almoço fui a casa comer um prato de sopa (porque não tinha a comida que precisava) e fomos ao mercado de campo de ourique. fyi, o mercado na parte da tarde tem menos opções de escolha e funciona praticamente só de manhã. não sabia. compramos 20€ de frutas e legumes frescos com um cheiro intenso e um sabor ainda melhor. depois fomos ao continente comprar os grãos, feijões, peixe e aperitivos - amêndoas, sementes de girassol, bolachas de arroz. em casa lanchei um pêssego e fizemos sumo de laranja natural para ter o resto do dia. ao jantar cozemos bróculos, cenouras, abrimos uma lata de grão e duas de atum. juntamos tudo com um fio de azeite e boca à obra.

apesar de ter sido só o primeiro dia não passei por momentos de enjoo, má disposição ou dores de cabeça. e fui sempre bebendo água. controlei as doses com uma garrafa de meio litro. três fazem um litro e meio. não há que enganar.

segunda-feira, 5 de maio de 2014

dia zero

a partir de amanhã vou fazer a minha primeira dieta detox. ultimamente tenho ouvido falar neste tipo de abordagens por todo o tipo de pessoas e a associação à palavra dieta não é, neste caso, necessariamente para emagrecer. preciso de limpar o meu organismo do que tenho andado a comer e de como me tenho andado a sentir. tenho lido o suficiente sobre o assunto para perceber que, para uma pessoa que tem várias intolerâncias alimentares, deveria seguir um estilo de vida mais saudável. já me preparei com o que comer, o que não comer, o que se deve fazer em método de preparação e como planear as refeições. comecei por organizar uma lista de compras que tenho de fazer no supermercado ou, se possível, num mercado e por definir objectivos. há quem sustente a detox de três, sete ou vinte e um dias. eu vou optar pela de vinte e um e tentar continuar depois disso. vou começar a fazer caminhadas de manhã, tanto pelo exercício como para me levantar e começar o dia mais cedo. vou regularizar as minhas idas ao ginásio a cinco por semana. vou tirar tempo para aprender a meditar e acalmar-me quando me sinto mais ansiosa - especialmente agora que há viagens de avião eminentes - e a sentir-me melhor na generalidade. um rapaz meu conhecido relatou que quando começou a ter cuidado com aquilo que punha à boca sentiu uma melhoria em vários aspectos. humor, mais energia, menos cansaço, mais vontade de fazer exercício. e isso para mim é importante nesta fase em que estou a precisar de me preocupar e motivar com alguma coisa. parece-me uma boa forma de me levantar. como no html, aqui também vou considerar o dia zero, hoje, como o dia de preparação. já estou com o equipamento vestido, pernas cruzadas, copo de água ao lado, pronta para me mentalizar. alez!

domingo, 4 de maio de 2014

a merda e as implicações.

como acontece a uma maioria das pessoas, é preciso bater no fundo vezes sem conta para nos apercebermos que alguma coisa tem de mudar. não é o nosso namorado, a nossa mãe, os nossos amigos. somos nós. eu tenho de fazer alguma coisa por mim. não pelos outros. encarar a realidade, saber e perceber aquilo que está mal e tem de mudar. afinal mudamos todos. a condição humana e do próprio universo são as mudanças. a própria genética sofre mutações (para melhor ou pior) mas sofre. não somos excepção e para isso é preciso dedicação e esforço e muita paciência. estes últimos meses sinto que não tive bem consciência da minha condição, do meu estado. limitei-me um bocado a existir apesar de ter casado, ter começado uma fase diferente e ir enfrentar uma mão cheia de desafios nos próximos 6 a 12 meses. mais uma vez vou ter de lidar com despedidas, últimos momentos, abraços e até "jás" que parecem não ter fim. para acrescentar a isso, o pânico do avião não ajuda e intensifica as emoções. uma merda. mas também, se eu não fizer ninguém vai fazer e fico sempre com histórias para contar. tenho uma grande amiga que sempre me disse que um dia eu ia viver para nova iorque e agora que isso se tornou realidade lembro-me da criança que ouviu isso, concordou e ingenuamente rotulou isso do seu sonho. mas vai mesmo acontecer num futuro nunca palpável. pelo menos o bilhete de avião dá alguma legitimidade ao assunto. isso e o visto no passaporte. visto de mulher casada que vai com o marido para a américa. dá vontade de mandar outra merda. e até lá só tenho de me organizar, física e psicologicamente. merda.

sexta-feira, 2 de maio de 2014

não sei mais o que fazer.

quero acreditar que todo este esforço vai ter recompensa e que as coisas não são feitas em vão. ninguém gosta de desperdiçar tempo e eu não sou excepção. o que resta é a esperança de que dias melhores vêm sempre. uma pessoa pode entreter-se mas a determinada altura atingimos um ponto de esgotamento em que as listas imaginárias não são suficientes para nos manter a cabeça ocupada. pelo contrário. são elas que nos deixam, ao final de cada dia, entediadas com a vida que estamos a conduzir. e sim, depende de mim, depende da minha vontade, do meu esforço e é muito fácil criticar quem está na mesma situação ou pior antes de falarmos de nós. mas a preguiça aliada a uma grande insegurança por este clima tão instável desenvolve criaturas que preferem não arriscar com medo de ser baleadas em campo. quando nem um trabalho de promoção é assegurado, o que é que as pessoas querem que façamos? e quando falamos do assunto só se chorarmos é que se percebe que estamos a sofrer com isso e tudo o resto na nossa vida perde o balanço que deveria ter. surgem problemas de todas as frentes e não temos forma de os controlar. só deixar o tempo passar e esperar pelo melhor, de nós, claro, sempre!

terça-feira, 8 de abril de 2014

foda-se

desisti oficialmente de procurar trabalho na capital de portugal. aborreci-me. fartei-me. já fui a sei lá quantas entrevistas para voltar recambiada sem saber se correu bem ou mal e um email de rejeição passado quase um mês - e maior parte das vezes porque eu, por cortesia, pergunto se há novidades. verdade que sei que me vou embora, mas não deixei de querer trabalhar ou procurar e agora sinto que oficialmente deixei. as pessoas também se cansam da rejeição e, apesar de ser insuportável ser sustentada, só posso depositar as minhas esperanças no meu próximo destino. não é fácil lidar com um mercado de trabalho que não dá oportunidade e ouvir dizer que temos demasiada experiência para a posição nem soa bem. o que é que é isso? querem alguém acabado de sair da faculdade que possam pagar o que quiserem? eu não me importo de receber aquilo que me quiserem pagar. desde que trabalhe e evolua e ocupe a cabeça. acho que é mais cansativo não fazer nada que fazer. ter de arranjar coisas que nos mantenham ocupadas e evitem que pensemos na morte da bezerra é mais complicado que nos serem dadas tarefas para cumprir e objectivos para atingir. apetece-me mandar um foda-se para esta merda toda porque é aquilo que me passa pela cabeça cada vez que tenho este tempo todo para pensar. a verdade que muita gente não sabe é que todo este processo faz uma pessoa duvidar das capacidades que tem. de todas. serei inteligente o suficiente? competente? pró-activo? bonito? faz uma pessoa sentir-se uma errata. e fodasse que me sinto uma errata. é verdade que não passo dificuldades. posso dar-me ao luxo de ir jantar fora de vez em quando, sair à noite ou comprar um gelado ao domingo (fatalista!). mas, todo este tempo faz-me pensar em quem não pode. quem tem de ficar em casa confinado aquele espaço, normalmente, familiar a bater com a cabeça na parede o dia todo, todos os dias. depois de pensar nessas pessoas penso naquelas que têm cancro ou uma outra doença com que combatem. e no manuel forjaz que morreu este passado fim de semana e tinha, ao que parecia, um espírito imbatível. depois penso que talvez deva ir ao médico fazer um check-up mas também não quero gastar dinheiro na consulta, no parque, na gasolina. depois penso em como é bom poder viver a vida e o quanto quero chegar, pelo menos, aos 95 anos. perder as funções motoras ou a capacidade de ouvir. penso no meu avô que já tem 86 anos e no que ele já deve ter vivido. depois nas saudades que tenho da minha avó que morreu há dois anos e dá-me um aperto no coração pensar que ela não esteve presente no meu casamento, uma fase que ia adorar. e nem acredito que me casei! sou incapaz de chamar ao manel marido e parto-me a rir cada vez que alguém o faz ou ele me apresenta como mulher. que sorte em ter o manel, uma das melhores e mais pacientes pessoas que já entrou na minha vida e nas vezes que eu não o mereço e, por causa de todo este processo, trato mal porque me sinto miserável com a situação em que estou e mesmo assim ele consegue animar-me e fazer-me festinhas e dar beijinhos e carinhos. não é normal a paciência que aquela pessoa tem comigo! e o que é que vou fazer para o jantar? podia continuar aqui o dia todo mas isto dá-vos um trecho daquilo por que passo todos os dias enquanto agradeço à vida pela sorte que tenho e a esmurro pela falta de oportunidades. só concluo que se queremos mesmo alguma coisa, temos de ser nós a ir procurá-la e/ou a fazê-la. e aquilo que eu quero, claramente, não está numa agência ou empresa, está em mim e nesta corrente de pensamento. se é que me faço entender.