quarta-feira, 25 de setembro de 2013

tempo que (não) passa

ultimamente tenho lido muitos artigos que falam de casos de emigração do pessoal jovem. identifico-me com alguns, afasto-me de outros. mas uma das coisas que mais me marcou nessas leituras foi o apontamento geral do facto de quem emigra achar ou ter alguma noção quase inconsciente que as coisas em casa estagnam porque nos vamos embora. as vidas param, as pessoas sofrem a nossa ausência. mas nada disso acontece - obviamente. as pessoas crescem, as vidas seguem, o mundo continua a girar. é ano zero para nós mas não para elas. e isso é perfeitamente aceitável até ao ponto em que deixamos de fazer parte da rotina, das combinações, dos encontros e desencontros. já não somos um do grupo. somos aquele que emigrou e agora se vê de volta à altura em que saiu. é um sentimento falso e uma memória falsa criada, mas não deixamos de sentir que queremos recuperar alguma coisa do que foi perdido. só acho que não sabemos como. agora em lisboa só penso em todas as possibilidades daquilo que posso re-fazer e a primeira vez que me vejo com tempo só quero ficar em casa. sozinha. por não saber que mensagem enviar ou abordagem ter! e tinha este texto pensado desde domingo passado.

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