segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

o meu irmão sabia que não ia durar

há uma semana e um dia estava eu reticente e a sentir-me num impasse por ter aceite um estágio não remunerado. ora pois bem. cinco dias de semana, oito horas e meia por dia, sentada a um computador, rodeada de criativos, accounts, arquitectos e afins. chegava sempre mais cedo e saí sempre a horas. retoquei layouts já terminados, corrigi alguns erros ortográficos, substituí textos de inglês para português e criei e desenvolvi um projecto de raiz. sexta-feira fui dizer que era o meu último dia. ora, uma semana dizem que é pouco (também vivi no dubai um ano e meio e disseram-me que foi muito pouco). quem é que determina quanto tempo é que temos de aguentar com fretes e ainda nos dizem que é pouco? fui dizer que era o meu último dia e foi. hoje já retomei a rotina de outras semanas. não quero estar num trabalho onde não me pagam pelo meu tempo e dedicação. não quero estar a fazer trabalho de estagiária que já fiz. não quero estar a corrigir pequenos erros durante três dias. não quero fingir que tenho de recomeçar só porque estou em portugal. quero retomar o que deixei. a minha carreira só pode progredir e aquela posição fez-me sentir o contrário. chegava a casa sem vontade de fazer nada e, correndo o risco de parecer exagerada, senti que o meu espírito era comido dia após dia. e o daquelas pessoas é, na realidade. é isso que acontece. utilizam as horas de almoço para falar e falar mal do que fazem. que trabalham longas horas, que lhes roubam os fins-de-semana, que se ressentem e ao sítio onde estão. então a minha pergunta é: porquê ficar? pode, neste momento não existir outra opção e isso é completamente compreensível e fora de mim dizer que não se podem (ou devem) queixar. mas há sempre alguma coisa que podemos fazer em qualquer situação e aquela não é excepção. portanto, para não ser paga e trabalhar o dia todo, mais vale não ser paga e investir em mim e em alguma coisa que realmente me faça feliz.

3 comentários: