em portugal, agora, temos de nos habituar à ideia de que muitas pessoas, principalmente jovens, estão/vão sair do país. a emigração tornou-se uma resposta mesmo para os mais amedrontados. a geração a que eu pertenço vê-se praticamente obrigada a ir procurar uma vida lá fora. é bastante frustrante, triste e assustador ser-se quase forçado a fazer isso. há quem tenha sorte e consiga um trabalho, há quem procure e não consiga encontrar e há, provavelmente, quem não se esforce porque acha que está bem assim ou que não vai encontrar. eu tentei só um mês, o que não está perto de suficiente mas deu uma pequena ideia de como as coisas estão por lá. fico bastante chateada com isso. é verdade que nos obriga a dar um salto que em determinadas condições poderíamos não dar. obriga-nos a ser fortes e enfrentar o desconhecido, aprendemos a procurar aquilo que é melhor para nós. ganhamos experiência, aventuramo-nos, crescemos e ficamos com histórias para contar. já disse várias vezes que sozinha não sei se era capaz de fazer e, se o fizesse, ia para muito mais perto. agora que este capítulo chega ao fim espero ansiosamente pelo próximo. a coragem que tive para fazer a primeira vez dividiu-se por dois e agora estou mais tranquila porque sei mais ou menos o que me espera. não tenho a certeza para onde vou, mas vou com a certeza de que é sempre para melhor. mesmo que soframos, que choremos há sempre coisas boas e positivas a recolher. criamos laços, relações, memórias. mas acima de tudo, aprendemos a cuidar de nós, a ser independentes, a perceber o que é o mundo e quem nele é importante. e há imensas pessoas a fazer isso. conheço meninos e meninas de todas as nacionalidades possíveis a procurarem uma vida melhor que a que o próprio país lhes pode proporcionar. mas uma coisa é certa, uma grande parte sai de coração quebrado e esperanças adiadas. e um desabafo; gostava de poder viver e trabalhar em casa.
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