há um ano atrás acordei por volta das 9h30 com o meu telemóvel a vibrar para uma das piores notícias da minha vida. a minha avó tinha morrido durante aquela noite. instantaneamente comecei a negar, chorar e gritar. estava a dormir em casa do manel, em lisboa, e não queria acreditar que aquilo tinha acontecido. dias antes tinha decidido vir para o dubai e a minha avó era das poucas pessoas a quem eu queria contar e partilhar um novo começo na minha vida. o dia foi passado entre choros e decisões. duas primas suecas iam apanhar o voo e eu e o meu primo ficámos encarregues de esperar por elas para depois seguirmos caminho para lagos. elas chegaram bastante tarde e fui eu a conduzir. chegamos por volta das 2 e meia e fomos a correr a casa do meu avô, que mora à minha frente. pela primeira vez na minha vida vi o rochedo que é o meu avô cair aos pedacinhos. começou a chorar compulsivamente à nossa frente a dizer "perdi a minha menina". nunca nada foi tão doloroso como aquilo. ver o meu avô a chorar e pensar que nunca mais ia ver a minha avó. quase não dormi nessa noite e os dois dias seguintes foram passados na capela, ao lado dela, a relembrar todos os bons momentos que partilhámos. netos, filhos e marido receberam visitas e visitas e condolências e condolências. foi a primeira vez que fui capaz de estar na capela e ficar ao lado de alguém num caixão. não conseguia admitir que a minha avó tinha morrido. no dia do funeral não me contive e quem chorava sem parar era eu. como é que é possível estar num sítio onde a minha avó não está. durante todo este ano uma parte de mim esteve (e continua) constantemente com ela. tenho ataques de choro repentinos e quando vou a portugal tenho um segundo de pensamento onde ainda acho que a vou ver. a morte é sempre uma questão difícil de aceitar. ainda hoje, passado um ano, tenho dificuldade e acho que nunca vou deixar de ter.
Beijos!
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