sábado, 24 de julho de 2010

~~ cause when a heart breaks no it don't break even

No outro dia, em conversas com o J. intitulei-me de descontrolada,

descontrolar (des- + controlar)
v. tr.
1. Fazer perder o controlo; desequilibrar, desgovernar.
v. pron.
2. Perder o controlo, desequilibrar-se, desgovernar-se,

ou seja, parece que ando a perder o controlo. chegámos à conclusão que é muito comum isso acontecer nas pessoas que tiveram relações um tanto ou quanto duradouras desde uma tenra idade - que seria então o meu caso. da mesma forma que os alcóolicos têm várias fases a ultrapassar, os fins de relação também devem ter (note-se que não estou a comparar mas exemplificar). deve passar-se por uma altura em que ambas as partes se afastam para assimilar tudo aquilo que se passou e pensarem no que realmente aconteceu. darem tempo. deve passar-se por uma fase em que existem recaídas. deve passar-se por uma fase em que finalmente nos apercebemos aquilo que aconteceu e começamos a preparar-nos para avançar (do género move forward) e, claro, quando realmente avançamos e parece que o que é passado é passado e tudo o que aconteceu são apenas memórias frescas de bons e maus tempos. isto vem tudo separado de meses e meses ou até anos, dependendo das pessoas e relações. mas eventualmente, ultrapassamos e seguimos em frente, não andamos às turras com a situação sem saber o que fazer.

mas quando passamos por cima de uma das fases, torna-se complicado lidar com as restantes. por ser um processo gradual, engloba estágios, níveis se quisermos e têm de ser ultrapassados um a um. quando estamos a jogar um jogo, não passamos automaticamente do nível dois para o quatro, temos de vencer o três. aqui é o mesmo. não se iludam. é complicado. é uma merda. é um período que consome e consome e consome, mas eventualmente chegamos ao boss e apercebemo-nos de que tudo passou. todos os problemas deixaram de ser problemas e temos um final mais ou menos feliz para nós. nessa fase, estamos prontos a investir numa outra relação, se aparecer, ou a estarmos connosco próprios, a tentar perceber o que queremos fazer. o meu descontrolo vem por querer ultrapassar tudo rápido demais e tentar assumir-me como uma entidade solo. but then again, já passaram dez meses.

terça-feira, 20 de julho de 2010

fim de tarde

quero que o sol me beije a pele,
a água me envolva o corpo,
a areia me espante os males
e tudo o resto...

mandar ao morto.

(anónimo)

quinta-feira, 15 de julho de 2010

o preço de não se ter aquilo que se quer

bem sei eu aquilo que não quero e tenho dificuldade em perceber, realmente, aquilo que quero. what goes around comes around!

segunda-feira, 12 de julho de 2010

arre! #03

as situações sociais e, principalmente, os comportamentos sociais não deviam ser tão lineares. os clichés e o que, supostamente, está pré-estabelecido não devia estar. uma pessoa deveria poder ser simpática (q.b.) e não o ser num sentido mais figurativo, mais pessoal ou emocional. uma rapariga pode ser muito boa amiga de um rapaz sem gerar sentimentos de grau amoroso. eu acho que pode. na minha cabeça, faz sentido que as coisas não se limitem a sexo e relações amorosas. gostava de poder libertar alguma pressão deste tipo de comportamentos e evitar jogos. detesto jogos. gosto de situações seguras. de uma relação. mas também gosto da possibilidade de uma relação (quando ela não existe, que é o caso) mas sem os jogos. verdade seja dita, não sou uma rapariga que ande por aí a engatar rapazitos. nunca tive jeito para engatar. sou mesmo um zero à esquerda. posso conseguir ter charme, mas não para engatar. não sei. ou secalhar tenho e não me apercebo. quando temos vários grupos de amigos que, por si, têm mais amigos, existe um entrelaçar de relações, de ligações, de situações que com o tempo só complicam. lembro-me de já ter falado noutro post que, quanto mais velhos ficamos, maiores as complicações e responsabilidades. e isso nas relações. principalmente nas relações. suponho que em sítios como os Estados Unidos ou Inglaterra exista o conceito de date que por cá nem ouvir dele. é mais agradável conhecer uma pessoa que partir logo para as cambalhotas e baldrocas. ao fim e ao cabo, é tudo um bando de criancinhas à procura do próximo brinquedo para não se aborrecerem com as vidas que levam. pergunto-me se estou tão consciente da situação por estar enfiada nela? acho que não. mas também, quem está de fora percebe melhor que eu.

sábado, 10 de julho de 2010

~~ what a wonderful day!

tudo começou às três da tarde. quando pus o pé, pela primeira vez em quatro dias, naquele solo escaldante. a correr, peguei nos chinelos e corri para a beira d'água. uma água morna do Atlântico molhou-me os pés, suavemente. percorri o percurso mais que regular, afastado das famílias que passam férias no sul e, num local mais vazio e inato, pousei os meus chinelos. um buraco na areia. um chapéu espetado. e sentei-me, a escaldar dos pés e, agora das nádegas. creme nas áreas que ainda não tinha. levantei-me e dei um mergulho. o que me soube melhor, desde que estou de férias. na toalha, relaxei. com a cabeça à sombra. ao fim do dia, libertei as toxinas doentes com um jogo intenso de vólei que me intensificou o sabor a maresia de uma tarde extremamente bem passada. soube-me a pouco.

amanhã há mais.

isto porque tive de ficar em prisão domiciliária durante uns dias e hoje retomei as minhas férias. abençoado seja este tempo de Lagos.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

karma's a bitch

enquanto estou em casa a curtir as minhas anginas, febre e dores de corpo, tenho conversas e pensamentos interessantes. estava a falar com a minha mãe e as últimas conversas que temos tido são sobre as pessoas se queixarem umas das outras e, inclusivamente, falarem mal. todas falam mal umas das outras. mas, como disse a minha mãe "apesar disso, sobrevivemos". é verdade, sobrevivemos, mas tornar-nos-á uns monstrinhos que sabem articular palavras?! estranho. fico a pensar nisso. e depois vem o karma. juntamente com o falar mal e o fazer mal. será que estamos mesmo sujeitos a uma força poderosa que equilibra aquilo que fazemos? compensa mal por mal e bem por bem? talvez. não sei. vamos pensar que não e que estamos aqui a fazer absolutamente nada. que tudo acontece porque sim. não porque há uma razão, porque está destinado ou porque forças maiores que não controlamos assim o querem, mas porque somos pessoas que tomam decisões e têm de saber lidar com elas. que ficam doentes porque estiveram em contacto com esse vírus. não porque fizeram algo de errado, mas porque realmente entraram em contacto com o vírus. será?!

segunda-feira, 5 de julho de 2010

secrets, everybody has them

não há forma de aceitarmos certos segredos. só a conformidade. o tempo e a vontade de esquecer.

a arte de experimentar

aquilo que fazemos nem sempre corresponde áquilo que queremos. e o que queremos nem sempre é o que fazemos. é verdade. como diz uma senhora música já com alguns aninhos you can't always get what you wanted but if you try sometimes you just might find you get what you need. ultimamente é complicado para mim decifrar aquilo que quero ou sinto. nunca me senti tão perdida na vida (e imaginem se eu tivesse problemas reais). estou perdida e num impasse entre o que preciso e não tenho e o que não preciso e tenho. há falta de alguma coisa mais. todos fazemos coisas estúpidas e idióticas, erradas e que nos fazem sentir like crap no dia seguinte, mas depois de feito, não se pode fazer absolutamente nada. gostava de poder saber quais são as coisas estúpidas que posso evitar para não me sentir assim. entretanto, vou culmatando com momentos simpáticos em família ou com amigos, o que dá para entreter um bocado e esquecer seja lá o que for que me deixa preocupada. detesto parecer queixosa e lamentosa. apesar de estar a ser. e ainda mais na esfera pública, sob o olhar atento dos demais leitores que perdem tempo com os meus devaneios. mas eu também perco tempo com os vossos e já que isto serve como uma espécie de diário não muito pessoal, fica ao livre arbítrio de todos saber aquilo que faz.

despeço-me de mais um domingo, deitada na minha cama partida, com sal no cabelo, óculos e uma dor de barriga que não me vai deixar dormir, ávida de que amanhã terá passado mais um dia, mais horas e mais tempo, que tudo cura.