quarta-feira, 13 de abril de 2011

closure

todos nós sentimos a necessidade de closure, de terminar uma fase da nossa vida para começar outra. mas para mim, isso acaba por ser um bocado cínico.

passo a explicar.

em primeiro lugar, somos sempre tentados a reviver momentos, lembrar palavras, gestos, toques passados. quer queiramos quer não, é impossível não voltarmos a um ou outro momento que nos trouxe felicidade, ingenuidade, e até tristeza - que são as alturas que melhor recordamos secalhar.

em segundo, um assunto pode ficar tratado mas nunca encerrado. somos sempre confrontados com a pessoa, com o tema, com a altura. afinal de contas, e por mais cliché que soe, foi o que nos tornou naquilo que somos ou viremos a ser.

last but not least, às vezes remoemos demasiado o que poderia ter sido. podemos pensar realmente nas coisas que aconteceram mas não nas que poderiam ter acontecido. se não foi, não foi. só depende de nós ser.

a máxima ridícula do cease the day faz-me lembrar um bocado que os dias são feitos de oportunidades. temos sempre oportunidade de fazer, dizer, completar, mandar, escrever. só depende de nós. e ao final do dia, só nos temos a nós para massacrar porque, realmente, ninguém o poderia ter feito de uma ou outra maneira, porque controlamos - numa regra geral - bem os nossos instintos e se há coisa que tenho vindo a aprender, e muito, é a seguir o nosso primeiro instinto. algures em 2009 devo ter falado nisto. mas agora falo-o, ou escrevo-o, livre de pesos, sabendo o que sei e que não devo absolutamente nada a ninguém. sim, ainda penso em muitas coisas, ainda pondero, ainda considero. mas quem não o faz?

o melhor de tudo é eu já me ter apercebido disto. o pior é conhecer quem ainda batuque na mesma tecla. over & over & over.

obrigada por me fazeres aperceber disso e por me ensinares que somos agora!

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